Comunicado Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes/Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia sobre a reportagem de capa "Cura do Diabetes – a esperança está numa cirurgia" da edição 2032 da revista Veja.
A revista Veja, no seu último número (edição 2032), publicou uma matéria de capa com o título Cura do Diabetes – a esperança está numa cirurgia. A matéria tem causado expectativa positiva nos pacientes com diabetes, devido ao caráter sensacionalista da reportagem.
O conhecimento relacionado ao diabetes está em rápida evolução, o que exige que os profissionais envolvidos na atenção a esta doença mantenham-se atualizados. A compreensão da fisiopatologia é essencial, mas a conduta médica precisa ser determinada pelo seguimento das regras de evidência.
Precisamos de informações que venham de estudos sistemáticos, reprodutíveis e sem conflitos de interesse. A eficácia de qualquer terapia tem que, necessariamente, passar por estes processos. Como entidade científica, a Sociedade Brasileira de Diabetes apóia estudos clínicos bem conduzidos, que possam resultar ou não na melhoria da qualidade de vida dos pacientes acometidos. Mas, somente após os resultados destes estudos e, principalmente, a comprovação da sua reprodutibilidade, é que poderemos indicar novos procedimentos.
A conduta médica deve se basear em ciência e não na experiência de alguns médicos, mesmo que repletos de boa intenção. Este novo procedimento cirúrgico deve seguir todos os trâmites de evidência científica, entre eles: a assinatura dos pacientes em termo de consentimento livre e esclarecido e a aprovação por Comitês de Ética e Pesquisa e concordância por parte das autoridades regulatórias. E, somente após análise criteriosa dos resultados, é que será possível conheceremos qual subgrupo de pacientes poderá se beneficiar.
Espero que a divulgação precoce, a um público leigo, de um procedimento ainda em fase experimental não estimule cirurgias desnecessárias e mal indicadas sob a expectativa de um milagre. Frente a qualquer procedimento cirúrgico sempre é preciso ponderar o risco-benefício, para tanto é necessário que conheçamos bem qual é essa relação.
Dr. Marcos Tambascia
Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes - Departamento de Diabetes da SBEM
A revista Veja, no seu último número (edição 2032), publicou uma matéria de capa com o título Cura do Diabetes – a esperança está numa cirurgia. A matéria tem causado expectativa positiva nos pacientes com diabetes, devido ao caráter sensacionalista da reportagem.
O conhecimento relacionado ao diabetes está em rápida evolução, o que exige que os profissionais envolvidos na atenção a esta doença mantenham-se atualizados. A compreensão da fisiopatologia é essencial, mas a conduta médica precisa ser determinada pelo seguimento das regras de evidência.
Precisamos de informações que venham de estudos sistemáticos, reprodutíveis e sem conflitos de interesse. A eficácia de qualquer terapia tem que, necessariamente, passar por estes processos. Como entidade científica, a Sociedade Brasileira de Diabetes apóia estudos clínicos bem conduzidos, que possam resultar ou não na melhoria da qualidade de vida dos pacientes acometidos. Mas, somente após os resultados destes estudos e, principalmente, a comprovação da sua reprodutibilidade, é que poderemos indicar novos procedimentos.
A conduta médica deve se basear em ciência e não na experiência de alguns médicos, mesmo que repletos de boa intenção. Este novo procedimento cirúrgico deve seguir todos os trâmites de evidência científica, entre eles: a assinatura dos pacientes em termo de consentimento livre e esclarecido e a aprovação por Comitês de Ética e Pesquisa e concordância por parte das autoridades regulatórias. E, somente após análise criteriosa dos resultados, é que será possível conheceremos qual subgrupo de pacientes poderá se beneficiar.
Espero que a divulgação precoce, a um público leigo, de um procedimento ainda em fase experimental não estimule cirurgias desnecessárias e mal indicadas sob a expectativa de um milagre. Frente a qualquer procedimento cirúrgico sempre é preciso ponderar o risco-benefício, para tanto é necessário que conheçamos bem qual é essa relação.
Dr. Marcos Tambascia
Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes - Departamento de Diabetes da SBEM
Dr. Ruy Lyra
Presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Retirado do site da SBEM.
Um comentário:
Acho interessante o posicionamento da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia em relação ao tratamento cirúrgico do Diabetes. A publicação a que a Revista Veja se refere é uma experiência inicial, mas o impacto da Cirurgia bariátrica na cura desta doença já está bem estabelecido, com pacientes, inclusive operado há mais de vinte anos. É claro que procedimentos cirúrgicos devem ser aplicados na prática clínica após serem testados em modelos animais e ensaios clínicos prospectivos, mas, é de conhecimento de todos que muitas das condutas médicas que utilizamos hoje foram fruto da observação ou, até mesmo de resultados acidentais; assim como aconteceu com a cirurgia bariátrica moderna. Mas esta posição , não é de admirar, pois ainda existe, dentro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia pessoas contrárias à cirurgia bariátrica, um método estabelecido com resultados excepcionais. Apesar do ceticismo de algumas pessoas ou entidades não há como deter o progresso científico: o tratamento cirúrgico do Diabetes veio para ficar.
Postar um comentário