domingo, 27 de dezembro de 2009

MEC pede R$ 420 mi para os hospitais universitários

O Ministério da Educação (MEC) vai solicitar ao Banco Mundial um empréstimo de US$ 420 milhões para serem investidos na revitalização dos hospitais universitários federais. Junto com reitores das universidades federais, o MEC elaborou um plano para reestruturar a rede de 46 hospitais que hoje têm 10% dos seus leitos desativados e precisam contratar 5 mil profissionais em caráter emergencial. O pedido de empréstimo foi autorizado e aprovado nesta quarta-feira (16) pela Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), do Ministério do Planejamento.

Segundo o diretor de hospitais universitários da Secretaria de Ensino Superior do MEC, José Rubens Rebelatto, a expectativa é de que parte do dinheiro já seja liberada em 2010 e que os recursos sejam empregados até 2011.

"Conseguir a liberação de um financiamento do Bird não é uma coisa simples. Você tem que mostrar desde a capacidade no gerenciamento de compras e obras, até o impacto ambiental dos projetos. Mas temos uma equipe gerencial trabalhando nisso e já tivemos hoje uma reunião com pessoas do banco", disse.

Em maio deste ano, os reitores das universidades federais se reuniram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pedir socorro financeiro aos hospitais universitários. As dívidas das 46 unidades somaram em 2008 cerca de R$ 235 milhões

De acordo o diretor, a verba será aplicada principalmente na reforma dos hospitais "que sofreram uma grande degradação física nos últimos 15 anos" e na compra de novos equipamentos já que "muitos estão obsoletos". Rebelatto defende que os hospitais universitários são "estratégicos para o país".

"Em alguns estados, o único hospital que funciona 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e atende as grandes demandas é o universitário. Além disso, são eles que formam os futuros médicos, dentistas, enfermeiros", diz.

Segundo levantamento realizado pela Secretaria de Ensino Superior em parceria com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), em 2008 os hospitais universitários realizaram 1 milhão de atendimentos emergenciais, 402 mil internações, 6 milhões de consultas e 20 milhões de procedimentos médicos.

O projeto aprovado pelo Cofiex que será enviado ao Banco Mundial prevê uma contrapartida do Ministério da Educação de mais de US$ 3 bilhões. Segundo Rebelatto, esse não é um "dinheiro novo". Os recursos já tinham previsão orçamentária e serão investidos pelo MEC nos hospitais ao longo dos anos.

Fonte: A Gazeta - MT
          Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br no dia 17/12/2009.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009


A cura indesejada
“Que não seja imortal, posto que é chama,
Mas que seja infinito enquanto dure”
(Vinícius de Morais)

            Penso que São Paulo se equivocou ao dizer que o amor tudo crê, tudo espera e tudo suporta. Não é bem assim.  Afinal, o amor, como alertava Drummond, é bicho instruído. Portanto, ele pode pular o muro, subir na árvore em tempo de se estrepar: “Pronto, o amor se estrepou. Daqui estou vendo o sangue que escore do corpo andrógino. Essa ferida, meu bem, às vezes não sara nunca/ às vezes sara amanhã”.
            E o danado é que às vezes sara mesmo. Mas, e o amor é doença para sarar? Claro que é. Se não fosse, Camões não teria dito: “Amor é fogo que arde sem se ver, É ferida que dói, e não se sente”.
            Padre Antônio Vieira (duvido que alguém escreva melhor do que ele) também considerava o amor uma doença - que deveria ser incurável, mas, infelizmente, tem cura. E quais são os remédios do amor, segundo Padre Vieira? São apenas quatro, mas com um poder de curar extremamente potente...
O primeiro remédio é o tempo. Por isso que Cupido, deus do amor, é pintado como criança, pois “não há amor tão robusto que chegue a ser velho”. O passar das horas faz com que as flechas de Cupido percam a potência; que o amor que é cego passe a enxergar; que suas asas cresçam e ele voe para bem longe... o tempo gasta o ferro com o uso, diz Vieira, que dirá o amor! “O tempo tira a novidade das coisas, descobre-lhes os defeitos, enfastia-lhes o gosto...”.
O segundo remédio, para curar o amor, é a ausência. Ora, se com a proximidade as flechas de Cupido correm o risco de não nos atingirem, que dirá com a distância... “A ausência tem os efeitos da morte: aparta, e depois esfria... tudo esquecido, tudo frieza”. E o fogo que arde sem se ver, com a distância, vira um deserto polar.
O terceiro remédio é ainda muito mais poderoso do que os dois anteriores. O seu poder de ação é quase instantâneo: a ingratidão é mortal para o amor. “Se o tempo tira do amor a novidade, a ausência tira-lhe a comunicação, a ingratidão tira-lhe o motivo”. E o danado é que só os amigos são ingratos. Era por isso que Nelson Rodrigues dizia que “só os inimigos são fiéis”, já que estes nunca serão ingratos e nem nos trairão. Não foi a toa que Cristo se queixava de que semeando grandes benefícios nos corações dos homens, se colhia maiores ingratidões...
Por fim, se o amor foi capaz de resistir até aqui - embora duvido que exista amor que consiga vencer: o tempo, a ausência e a ingratidão-, chegou a vez do mais eficaz de todos os remédios, o que até hoje, ninguém deixou de sarar: o melhorar de objeto, que nada mais é do que conseguir um outro amor. “Dizem que um amor com um outro se paga”, alerta Vieira, “mas o certo é que um amor com um outro se apaga”... as estrelas conseguem brilhar nas trevas, no entanto, numa luz ainda maior que é o Sol, elas desaparecem, deixam de brilhar...
Infelizmente, o mundo está se curando do amor. Hoje, os relacionamentos são pelos celulares e internet, ou seja, ausentes e distantes. E com o passar do tempo serão tão frios que as terminações nervosas, que os unem, ficarão anestesiadas, e “o amor que não é intenso”, adverte Vieira, “não é amor”... Triste humanidade que não consegue debelar um vírus de uma gripe suína, mas que é extremamente “competente” para destruir o vírus do amor...

Francisco Edilson Leite Pinto Junior
Professor, médico e escritor

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Edital do Concurso do Hospital Giselda Trigueiro



Assuntos:
- AIDS
- CALAZAR
- CAXUMBA
- DENGUE
- DOENÇAS EXANTEMÁTICAS
- ESTAFILOCOCCIAS
- ESTREPTOCOCCIAS
- LEPTOSPIROSE
- MENINGITES
- PNEUMONIAS
- TÉTANO
- TUBERCULOSE
- RAIVA
  • A prova será realizada dia 20 de dezembro de 2009 (Domingo), às 10:00 horas, no Colégio Contemporâneo na Avenida Salgado Filho – Lagoa Nova. 
  • Poderão ser inscrever, apenas, os estudantes que cursaram a disciplina de Doenças Infecciosas e parasitárias 
  • As inscrições deverão ser feitas na secretaria do HGT com Vanuza, de 02 a 15 de dezembro, no horário comercial das 08:00 às 12:00 horas e das 14:00 às 17:00 h. A taxa de inscrição será R$15,00,
Natal, 15 de dezembro de 2009.

Prezados(as) Servidores(as) e Alunos(as) do CB:

A Diretora do Centro de Biociências convida a todos para apresentação e discussão
sobre a Gestão de Resíduos na UFRN, com a presença dos Engenheiros Gustavo
Rosado, Marjorie Medeiros e Marcos Paulo da Superintendência de Infraestrutura.

Data: 18/12/2009
Horário: 14:00 h
Local: Anfiteatro das Aves

Atenciosamente,
SECRETARIA DO CB.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Biociências
Campus Universitário, BR 101 - Lagoa Nova
Cep.: 59.078-970 - Natal - RN
Contatos: (84) 3215-3400, 3215-3403
Fax: 3215-3402
Direção: Profa. Maria de Fátima Freire de Melo Ximenes
Vice-Direção: Prof. Graco Aurélio Câmara de Melo Viana

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Sun Tzu rubro-negro

Machado de Assis, pela boca do seu Quincas Borba, tentando explicar a sua teoria do humanitismo, disse: “Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas!”. Pois bem! Aceito as batatas, desde que os vencidos aceitem a minha compaixão e recebam um lenço e o livro de Sun Tzu, “A arte da guerra”.
Dou um lenço, para enxugar as lágrimas, já que o choro é mesmo válido para os derrotados; dou um livro, para que os adversários aprendam sobre a guerra e a sua arte e se tornem melhores guerreiros, pois essa história do FLAMENGO viver ganhando, está nos deixando entediado.
Nunca um título teve tanto a cara do FLAMENGO, como esse brasileirão de 2009. Saindo do fundo do poço, vários pontos atrás dos líderes, o rubro negro da gávea usou como ninguém a sabedoria do chinês fantástico, que 500 anos antes de Cristo, escreveu o seu sensacional livro.
E ensinava Sun Tzu: “Lutar e vencer todas as batalhas não é a glória suprema: a glória suprema consiste em quebrar a resistência do inimigo sem lutar... O guerreiro vence os combates não cometendo erros. Não cometer erros é o que dá a certeza da vitória, pois significa conquistar um inimigo já derrotado”.  
Os nossos adversários abusaram do direito de errar: O Palmeiras passou quase vinte rodadas sendo líder, menosprezou a todos, assumiu sua condição de campeão por antecipação e viu-se o título lhe escapar, e quando seu exército quis reagir já era tarde. Aliás, o exército palmeirense se esqueceu de ler a página 56 do livro de Sun Tzu: “Quem não for precavido e fizer pouco dos seus adversários, certamente será capturado por eles”. Final melancólico do alviverde paulista: terminou fora até da libertadores; O São Paulo - cheio de empáfia, o que já é natural e por isso Nelson Rodrigues dizia que não havia uma solidão maior do que a companhia de um paulista – quando assumiu a liderança talvez precisasse d as sábias palavras da página 64 da Arte da guerra: “Clamor noturno indica nervosismo. O medo torna os homens inquietos, levando-os a gritar de noite... Se há confusão no acampamento, o general tem pouca autoridade...”. A troca de socos entre os jogadores paulista (André Dias e Hugo), no jogo contra o time do Vitória, mostrou a desunião do grupo e não há vitória em exército desunido.
Já o nosso rubro negro, leitor assíduo de Sun Tzu, sabia que a página 86 era uma das mais importantes: “O general habilidoso conduz seu exército como se estivesse levando um único homem. Compete a um general ser calado e, assim, assegurar o sigilo; honesto e justo, mantendo dessa forma a ordem. Deve ser capaz de confundir seus oficiais e soldados com relatórios e aparências falsas, mantendo-os em total ignorância”. Então, o técnico Andrade agiu exatamente assim: se fazendo de morto... O tempo todo dizendo que o único objetivo do FLAMENGO era “apenas” conquistar uma vaga no G4, para disputar a libertadores. E na verdade, a vaga que o time da gávea queria era a primeira. Era o título. Por isso, ao assumir a l iderança, na penúltima rodada do campeonato, fez valer os ensinamentos da página 81 de Sun Tzu: “Para o soldado, dominar a rapidez é de suprema importância e ele jamais deve perder oportunidades”. E o FLAMENGO não desperdiça as oportunidades, afinal está lá no seu hino: “Vencer, vencer, vencer... (seis) vezes FLAMENGO, FLAMENGO até morrer...”.
P.S. já ia esquecendo... Aceito mesmo as batatas (que é ótimo para comer com bacalhau), já que no próximo ano, teremos a boa companhia, novamente, do nosso ‘co-irmão’ Vasco, e isso nos dá a certeza, de pelo menos seis pontos já garantidos...
Francisco Edilson Leite Pinto Junior
Professor, médico e escritor

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Sociedade Riograndense do Norte de Infectologia


Federada da Sociedade Brasileira de Infectologia


Natal, 30 de novembro de 2009.


Em resposta à solicitação da Promotoria de Justiça e Defesa da Saúde Pública e da  Secretaria  Estadual  de  Saúde  Pública  do  Rio  Grande  do  Norte, para  um  parecer técnico sobre os riscos da realização do Carnatal em relação à pandemia de Influenza A H1N1, a Sociedade Riograndense do Norte de Infectologia (SRNI) reuniu-se às 17 horas do dia 29 de novembro de 2009 e deliberou o seguinte documento:
Considerando o crescente número de casos graves e óbitos em âmbito regional a partir da semana epidemiológica 41 de 2009;

Considerando que muitos dos casos graves necessitam de assistência ventilatória e, consequentemente, internação em leitos de Unidades de Terapia Intensiva;

Considerando que  todos os casos  internados devem  ter  isolamento  respiratório, em quartos privativos, com vedação de portas, boa ventilação e, preferencialmente, com pressão negativa;

Considerando  que  a  disponibilidade  dos  leitos  supracitados  é  insuficiente  para atender  a  demanda  atual  e,  portanto,  não  daria  suporte  a  um  aumento  do  número  de casos;

Considerando que  toda  aglomeração humana  é  propícia para disseminação das doenças de transmissão aérea;

Considerando que não há  recomendação para o uso de máscaras em ambientes
abertos;

Considerando que o número de casos confirmados  são  referentes aos de maior gravidade, já que não são realizados exames confirmatórios dos indivíduos sem critérios de gravidade e que, sendo assim, não sabemos a real taxa de ataque do vírus;

Considerando  que  o  período  de  transmissibilidade  da  doença  se  inicia  um  dia
antes dos primeiros sintomas e persiste até o sétimo dia;

Considerando  que  a  aplicação  da  vacina  em massa  é  a mais  eficaz  forma  de prevenir o avanço da pandemia;Considerando que  todos os pontos  levantados neste documento são condizentes com  as  recomendações  do Ministério  da Saúde  e  da Organização Mundial  de Saúde, emitimos o seguinte parecer:

A realização do evento denominado Carnatal pode aumentar consideravelmente o  número  de  casos,  assim  como  qualquer  outra  forma  de  aglomeração  humana.  Pelo mecanismo  de  transmissão  da  doença,  espera-se  que  o  risco  seja  diretamente proporcional à intensidade da aglomeração.
A  rede  assistencial do Rio Grande Norte  é deficiente  e  necessita de melhorias para atender a demanda atual, podendo a situação se agravar substancialmente com uma possível elevação da incidência de doentes graves.
É essencial que os gestores locais adquiram vacina para proteger a população do RN imediatamente, pois o período anual de incidência da influenza sazonal local, difere das  regiões  Sul  e  Sudeste  do  país.  Enquanto  nessas  regiões  as  vacinas  poderão  ser aplicadas em março ou abril de 2010, no nordeste brasileiro deveríamos ter  iniciado a campanha vacinal em outubro.
Recomendamos ainda, que haja veiculação em massa nos meios de comunicação (tv, rádio, jornal, outdoor, etc), sobre as medidas de prevenção da Gripe.
Certos de estarmos cumprindo com nosso dever social,  reiteramos a disposiçãoda  Sociedade  Riograndense  do  Norte  de  Infectologia  em  contribuir  para  os esclarecimentos julgados necessários.

Atenciosamente,
Hênio Godeiro Lacerda
Presidente da SRNI