No último dia 12, um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti. O terremoto é considerado o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos. Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como Universidades, hospitais e prédios do governo. Estimativas mais recentes do governo haitiano falam em mais de 200 mil mortos e 75 mil corpos já enterrados.
O Haiti é o país mais pobre da América. Conquistou sua independência em 1804, sendo o primeiro país do mundo a abolir a escravidão. Após isso, passou a apoiar, inclusive materialmente, processos de independência e de abolição da escravidão em todo o continente americano. Foi duramente reprimido pelas grandes potências, que lhe impuseram bloqueios econômicos, ocupações militares e apoiaram golpes de estado (como o de Papa Doc), o que contribuiu para a destruição de sua economia. Desde um golpe em 2004, uma missão da ONU liderada por tropas brasileiras ocupa o país, com a justificativa de uma ajuda humanitária. Essas tropas, no entanto, reprimem manifestações populares e não foram capazes de produzir ações sociais que melhorem as condições de vida do povo haitiano.
A distribuição de renda é também das mais desequilibradas do mundo: os 10% mais pobres obtém 0,7% da renda nacional, enquanto os 10% mais ricos obtém 47,7% da renda. Com isso, 80% da população sobrevive abaixo da linha de pobreza, ou seja, com menos de 1 dólar diário. 75% das casas não possui saneamento básico. O desemprego atinge 80% da população, e o salário médio não chega a 50 dólares mensais. A taxa de mortalidade infantil é a mais alta da América Latina e somente 24% dos partos recebe atendimento médico. A expectativa de vida é de 49 anos. Além disso, o terremoto não atinge a todos da mesma forma e os mais pobres acabam por sofrer as maiores consequências.
Desde o terremoto, movimentos sociais brasileiros ofereceram ajuda ao povo haitiano, enviando voluntários para trabalhar no socorro à população. Tais movimentos procuraram a DENEM, vendo a possibilidade de se enviar estudantes de medicina como voluntários para essas ações de socorro. Esses estudantes partiriam nos próximos dias, ficando no Haiti por volta de um mês. As despesas de transporte e estadia tentariam ser viabilizadas pelos movimentos, junto a DENEM, DA’s e CA’s. Os estudantes fariam parte dos grupos e seriam recebidos por voluntários já presentes no Haiti.
Na plenária do 22º COBREM, os estudantes se solidarizaram com o povo haitiano e a DENEM se comprometeu a recrutar voluntários e tentar enviar uma delegação ao Haiti.
O Haiti não precisa de soldados, mas sim de médicos, professores, alimentos, solidariedade e também de nós estudantes. Neste momento, deve-se fazer presente a união dos povos oprimidos da América Latina.
Os interessados devem entrar em contato o quanto antes com Bruno Pedersoli (Coordenação Regional Sudeste 2) pelo email bpedersoli@yahoo.com.br, tel (31)9691-1896 ou com a Sede da DENEM (denem@denem.org.br).
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Luiz Guilherme de Souza - Coordenação Geral
Lucas Sarolli Mion - Coordenação de Comunicação
Rafael Farias Golemba - Coordenação de Finanças
Sede Nacional da DENEM 2009
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